sexta-feira, 9 de abril de 2010

SUPERLIGA FEMININA

A vitória da superação

RIO DE JANEIRO, 08/04/2010 – Depois de ficar ilhado no ginásio do Maracanãzinho, o time da Unilever (RJ) entrou em quadra nesta QUINTA-FEIRA (08.04) precisando da vitória a qualquer custo para continuar vivo na Superliga Feminina de vôlei 09/10. E a equipe carioca conseguiu. Após uma virada espetacular no primeiro set, o time comandado pelo técnico Bernardinho venceu a Blausiegel/São Caetano (SP) por 3 sets a 0 (25/22, 25/21 e 25/15), em 1h27 de jogo, no ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro.
Com o resultado, a série semifinal está empatada. A terceira e decisiva partida será disputada no próximo SÁBADO (10.04), a partir das 21h30, no ginásio do Tijuca Tênis Clube, com transmissão ao vivo do canal Sportv. O time que vencer disputará a final da competição no dia 18 (domingo), no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. O Sollys/Osasco (SP), que eliminou o Pinheiros/Mackenzie (SP), já está classificado e disputará a sua nona final de Superliga.

Homenagem às vítimas da chuva
Antes do início da partida, as equipes fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas das chuvas que atingiram o Rio de Janeiro desde a última segunda-feira. A partida, inclusive, precisou ser adiada porque o ginásio do Maracanãzinho, onde seria realizado o jogo, foi inundado e ficou sem condições de receber o duelo.
Além disso, o time da Unilever sentiu na pele os efeitos das chuvas. No momento da chuva torrencial, a equipe começava seu treinamento no Maracanãzinho. As jogadoras e os integrantes da comissão técnica ficaram ilhados e foram obrigados a passar à noite no ginásio. As atletas dormiram em uma sala improvisada na tribuna de honra e só conseguiram deixar o local às 11h do dia seguinte, 16 horas depois.

Bernardinho: “a semifinal vai ser decidida em um jogo”
Após a partida, o técnico Bernardinho estava satisfeito com o desempenho da Unilever. “Nossa postura foi fundamental. A reação no primeiro set mostrou um time aguerrido, o que não aconteceu no primeiro jogo. Hoje, atuamos bem e jogamos taticamente de forma correta. Tínhamos que jogar assim porque sabíamos que o São Caetano é um time forte”, avaliou o treinador.
Para o técnico, o segredo da vitória foi dificultar o trabalho da levantadora Fofão. “Conseguimos minar a recepção delas. Só assim podemos jogar contra uma equipe que tem uma levantadora como a Fofão. Agora, está tudo empatado, zero a zero. A semifinal vai ser definida num único jogo”, completou o treinador.
Destaque da vitória da Unilever, a oposto Joycinha mostrou tanta disposição em quadra que até tropeçou durante um ataque. A atacante foi a maior pontuadora da partida, com 16 acertos. Pela Blausiegel/São Caetano, a oposto Sheilla marcou 13 vezes, e foi o destaque.
“Tropecei sozinha e fiquei caída no chão morrendo de vergonha de levantar”, divertiu-se a atacante que não espera repetir a situação. “Agora está zero a zero. Vamos nos preparar ainda mais para o próximo jogo e espero mais uma vitória. Desta vez, de preferência, sem tombos”, disse Joycinha.
A atacante destacou a união do grupo. “A noite que passamos no Maracanãzinho ajudou a unir ainda mais o time. Mesmo assim, antes, já estávamos imbuídas do mesmo objetivo”, contou Joycinha.

Mauro Grasso e Fofão lamentam o abalo psicológico
Depois de abrir 21/17 no primeiro set, a Blausiegel/São Caetano viu a Unilever crescer em quadra, virar o placar e vencer a partida por 3 sets a 0. Após a derrota, Mauro Grasso, técnico da equipe paulista, apontou o aspecto psicológico como fator determinante para a derrota.
“Não é possível desaprender todo o nosso voleibol em três sets. Deixamos a Unilever crescer. Nosso time se assustou com o ritmo de jogo da Unilever. Mas sabemos que eles jogam assim. Agora, precisamos correr atrás. Precisamos saber jogar com pressão”, avaliou Mauro Grasso.
Uma das quatro campeãs olímpicas da Blausiegel/São Caetano, Fofão concordou com o treinador. “Nossa derrota foi metade psicológica e metade técnica. Ficamos abaladas quando elas encostaram no placar e viraram. Em seguida, tivemos uma sequência de erros, principalmente na recepção. Tínhamos consciência de que não viríamos aqui no Rio e venceríamos por três sets a zero e íamos embora para casa de forma tranquila”, avaliou Fofão, que deu a receita dos próximo passos da equipe:
“Temos que tentar voltar a ter tranquilidade. Agora está tudo igual. Vamos ver no que vai dar. Temos que entrar no terceiro jogo com o dobro de tudo o que apresentamos hoje. Isso fará a diferença”, encerrou Fofão.

O JOGO
A Blausiegel/São Caetano começou o primeiro set melhor. O time paulista teve o placar na mão até o 21º ponto. Destaque para a ponteira Mari Paraíba, eficiente no ataque. Mas um ace da ponteira Regiane foi o início da virada da Unilever, que na segunda parada técnica estava quatro pontos em desvantagem (12/16).
Com Regiane eficiente no saque e Érika sendo a responsável pela definição no ataque, a equipe carioca virou: 23/22. A torcida cresceu junto com a equipe carioca que fechou a parcial em 25/22, depois do erro de ataque de Mari Paraíba.
A virada da Unilever no primeiro set mudou o panorama da partida. A Blausiegel/São Caetano entrou abatida para a segunda parcial, enquanto as donas da casa entraram com força total e abriram 5/1. Mas o rendimento do passe da Unilever caiu e o time paulista voltou a equilibrar o jogo (11/10).
No entanto, o saque do grupo carioca dificultou a recepção da Blausiegel/São Caetano e a Unilever voltou a ditar o ritmo da partida. Na segunda parada técnica, a vantagem era de três pontos (16/13). A oposto Sheilla ajudou o time da Blausiegel/São Caetano a diminuir mais uma vez o placar para um ponto de diferença. Mesmo assim, a Unilever imprimiu um ritmo forte na final do set e marcou 25/21.
A Blausiegel/São Caetano começou bem o terceiro set, mas a noite era mesmo da Unilever. Na primeira parada técnica, a vantagem do time carioca era o dobro de pontos das adversárias (8/4). O técnico Mauro Grasso pediu para as jogadoras da equipe do ABC Paulista acreditarem na vitória. Mesmo assim, o volume de jogo das anfitriãs foi maior o tempo inteiro.
Mauro Grasso ainda colocou a cubana Regla Bell, tricampeã olímpica, em quadra. Mas a Blausiegel/São Caetano continuou errando mais e não conseguiu parar a Unilever. As cariocas selaram a vitória ao marcarem 25/15, no ataque pelo meio com a central Carol Gattaz.

Fonte: www.cbv.com.br

* 3º e decisivo jogo acontece neste sábado, as 21:30h com transmissão ao vivo pelo canal sportv.